segunda-feira, 5 de março de 2007

Descrições sobre sexo.

Descrever o ato sexual é difícil. Há quem intercale sexo como necessidade com algo naturalista ou romântico. E há quem ache no sexo o segredo de todos nossos tormentos. Para mim sexo sempre foi uma simples sacanagem entre duas almas infantis. Sendo em conta a minha criação católica e meu desentendimento entre as nuances de pornografia e erotismo.
Eu seria incapaz de descrever uma cena de sexo - sendo minha ou não. Penso que seria algo como... "ela pediu uma, duas vezes, na terceira gritou: enfia o caano!". Até descrever, entre uma punheta e outra, a própria punheta: "ele cuspiu na mão e alisou seu world trade center. Em segundos derrubou o que a vagina impludiria." Foi caótico para você?
Agora alguém com mais talento, Henry Miller e suas experiências em Trópico de Câncer: "depois de mim, você pode receber garanhões, touros, carneiros, cisnes e São Bernardos. Pode enfiar pelo reto sapos, morcegos, lagartos". A semelhança entre Henry Miller e eu é o tamanho que queremos dar as nossas coisas.
Luiz Biajoni, autor de Sexo Anal, Uma Novela Marron, que você pode ler por pdf AQUI é rápido nas cenas de sexo. Sem insinuações, Biajoni vai direto ao reto. Não perde tempo com preliminares, ele pula capítulos pra gente. Nem precisamos ficar com peso na consciência de estar pulando páginas, dá para ler numa punheta só, se você não tiver ejaculação precoce. Biajoni percebeu, sabidamente, que o seu livro policial não ia dar em nada, e acrescentou uma pitadinha de sexo anal. Mas, justiça seja feita, não deixou nenhuma vez de ser engraçado em todas as 200 páginas do livro: "o cu é marrom, a merda é marrom, a imprensa é marrom e até a terra, pra onde a gente vai debaixo no fim, é marrom... e até você está nessa história por causa de toda essa merda!".
O que aconteceu também com João Ubaldo Ribeiro. Mas A Casa Dos Budas Ditosos é declaradamenre um livro para adolescentes com um rosto crescendo entre as espinhas. O Ubaldo não teve nenhuma outra pretensão senão de ser Norma Lúcia, amiga e conselheira sexual da protagonista do Romance. Ubaldo era Norma Lúcia, assim como Virgínia era Biajoni. Supondo que alguns especialistas em psicanálise achem que quanto mais machista é o homem, mais o seu lado feminino é piranho.
Na verdade eu acabei de ler Sexo Anal - Uma Novela Marron (cujo link está a cima, leiam, é bom). E me deu vontade de... de reler Trópico de Câncer do Miller, só isso. Me deu vontade de falar mal do Livro do Ubaldo, mas não tive talento, memória e nem tesão pra isso. Mas como disse a Xuxa um dia, e o que a Xuxa diz sempre modifica o meu lado de ver a vida: "o homem carrega fezes dentro de si" ...
AUTOR: C. C.

Um comentário:

Biajoni disse...

obrigado pelo comentário, cris.
:>)