sábado, 17 de maio de 2008

Sweet masturbation psychopathic

Não é nenhuma novidade que o capitalismo não se restringe à exploração econômica e aos limites específicos que impõe ao nosso comportamento e psicologia, atingindo mesmo o âmago de nossos corpos.
Além das óbvias conseqüências sobre um corpo mal-nutrido e das neuroses que nos acometem, o próprio ato diário do trabalho é responsável direto pelas mais diversas doenças.
É enorme a multidão de trabalhadores cuja maior doença é o próprio trabalho. O que ocorre mesmo em setores mais “intelectualizados” como o serviço público. A Aviação, por exemplo, é uma verdadeira fábrica de loucos e de doenças “profissionais” como LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).
Mas o que eu não conhecia ainda, embora supusesse a existência em algum remoto manicômio ou ilha perdida habitada por náufrago, é a LPR (Lesão por Punheta Repetitiva)! Um amigo meu de longa data me disse ontem em tom de gozação: “de tanto bater punheta, acabei com o punho “fudido” - de tal maneira que teve de colocar uma tala no pulso, que dói “pra caralho” toda vez que pretende punhetear. Fiz um comentário lhe sugerindo que use a outra mão, mas a verdade é que se trata de um típico caso de tendinite resultante de “esforço repetitivo” - especificamente punheta “pra todo lado”, como narra o infeliz. (kkkkkkkkkkkkkkkk)
Esta nossa sociedade autoritária (cujo autoritarismo, amplamente introjetado na maioria das mentes, é a condição necessária para o exercício da submissão da peonada braçal ou intelectual aos “proprietários” privados) não só impõe limites e distorções comportamentais e emocionais à própria prática do sexo, mas chega ao ponto de criar doenças “físicas” decorrentes dela.
O sujeito que chega a bater tanta punheta a ponto de ficar com tendinite é doido ou preso, recolhido à solitária da cadeia ou do hospício, ou é um masturbador obsessivo-compulsivo, ou é vítima da “política sexual” da sociedade capitalista e autoritária vigente.
Como o meu camarada não anda por aí levando a mão ao beiço e fazendo “brrrrrrrurummm”, nem tem o costume de bater carteira alheia, só lhe resta as duas últimas hipóteses. Obsessivo-compulsivo o cara até que é, mas por mulher de carne e osso e não pela simples fantasia que conduz a mão. Várias vezes percorremos uns vários puteiros, na madrugada, a cata da coisa mais linda e gostosa que existe na Terra. Logo é, portanto, mais uma vítima do nefasto sistema.
Além da tradicional exigência de grana, a prática sexual e amorosa da maioria das fêmeas humanas está tão condicionada a exigências, padrões e estereótipos típicos da sociedade autoritária e competitiva que o que vale não é a empatia, nem o tesão imediato que lhe desperte o macho ao lado.
Para privar da cama delas se impõe que o macho da espécie encarne o poder, o dinheiro ou a força física, e a beleza próprias de um campeão olímpico ou ator da TV Globo. Qualquer atributo inferior ou diferente disto, ainda que o tipo seja bonitinho, até bem-humorado e bem falante, ou mesmo um daqueles românticos de novela medieval, é dispensa na certa. E se o sujeito for um dançarino inábil ou não se sujeitar ao jogo de aproximações e desafios amorosos ditados pela dissimulação de sentimentos, aí está completamente fudido. Ou vai às putas, ou só lhe resta mesmo a punheta. Caso em que, se tiver um tesão de doido tarado, o resultado é a tendinite. Isto sem falar nos possíveis calos na palma da mão, o que o igualaria a um trabalhador braçal da roça. A única diferença é o tamanho do cabo da enxada… e da “mandioca” , que, não pertencendo ao agricultor, ao menos está toda “enterrada” no solo.

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